Em Juiz de Fora o início do radiojornalismo deu-se em meados dos anos 20. De lá pra cá, a informação no rádio juizforano se perdeu, muito pelo surgimento da televisão e também pela popularização das FM's (emissoras em frequencia modulada).
Renata Vargas, jornalista e professora do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora , diz que atualmente o departamento jornalístico da maior emissora AM de Juiz de Fora produz, substancialmente, conteúdo para a FM. "Isso significa uma redução drástica na cobertura jornalística da cidade e até mesmo dos municípios vizinhos", completa.
Para Maurício Oliveira, repórter e apresentador de noticiários da Rádio Solar, a queda do radiojornalismo na cidade pode ser relacionada à uma questão de mercado: menos investimentos, menos profissionais. "Os veículos de comunicação, principalmente de cidades de pequeno porte, sofrem com a redução da receita e, consequentemente, redução de equipe. Com isso, temos um jornalismo de rádio cada vez menos apurado, feito por menos profissionais."
Apesar das dificuldades, o radio é um importante caminho para a informação, já que uma de suas principais características é o imediatismo na cobertura jornalística e sua proximidade com o ouvinte. Nesse veículo as notícias transitam de forma rápida e democrática. Então porque não enfatizar o jornalismo na programação? Maurício acredita ser possível viabilizar o radiojornalismo na cidade, desde que os diretores das emissoras mostrem interesse, mas pondera: "é preciso reformular a maneira de apurar as matérias, com o objetivo de modernizar e atrair mais jovens".
Renata chama à atenção para algo importante: "É um equívoco acreditar que a informação não traz credibilidade, reforço da imagem e retorno comercial a uma emissora de rádio. O veículo é formado pelo trinômio: informação, música e utilidade pública. Esses fatores, juntos, contribuem para o crescimento do rádio, a identificação da emissora junto ao ouvinte e, consequentemente, o crescimento da empresa". É preciso interesse, notícias e bons profissionais. E isso não falta em Juiz de Fora.
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